Apesar de representarem mais da metade população, brasileiros pretos e pardos são sub representados em peças publicitárias.

A chegada do dia da consciência negra evidencia debates sobre o racismo e o combate à desigualdade racial nos meios de comunicação, entretanto, mesmo representando 56,1% da sociedade brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população preta ainda sofre com a falta de diversidade e representatividade na mídia durante o resto do ano.

No campo da publicidade, por exemplo, pessoas brancas ainda são a maioria dos representados em anúncios, somando 78%. Os dados são da pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos de Ação Afirmativa (Gemaa). O estudo analisou a diversidade das propagandas na revista de maior circulação nacional na época, a Veja, entre 1987 e 2017.

Outra pesquisa sobre diversidade na publicidade brasileira também mostra o protagonismo de pessoas brancas em publicações de marcas nas redes sociais. Os números revelam que, de 5.261 postagens no Facebook e no Instagram, feitas por 20 dos principais anunciantes brasileiros, entre janeiro e dezembro de 2019, os brancos estão presentes em 87% das publicações, enquanto as pessoas pretas, em apenas 34%. O estudo foi realizado pela agência SA365 por meio da plataforma de gestão de social media Buzzmonitor.

Em resposta ao problema da falta de representatividade preta em anúncios, nasceu o Fértil Imagens, o primeiro banco de imagens brasileiro voltado à diversidade preta, direcionado a grandes agências, pequenas e médias empresas que prezam pela inclusão de pessoas negras, indígenas e PCDs em suas campanhas publicitárias.

Os co-fundadores Rodrigo Portela e Renato Lopes, pretendem tornar a startup, uma referência às empresas, mostrando a relevância da representatividade.

Além disso, a equipe composta por 95% de profissionais pretos, entre modelos, fotógrafos, maquiadores, designers, desenvolvedores e etc, trabalha na criação dos próprios materiais com a ideia de facilitar a busca por boas imagens para peças publicitárias.

Futuramente, os sócios pretendem transformar a plataforma em Marketplace para ajudar a impulsionar profissionais pretos do audiovisual, para exibirem seus trabalhos e criações e alavancarem suas vendas.